09 de janeiro de 2020
Acordando em Confluência
Acordamos cedinho. Como falei no post anterior, devido a alta temporada, os alojamentos da Lanko estavam cheios e tivemos que dormir no chão, pois só havia lugares no terceiro andar do triliche. E por incrível que pareça, dormimos super bem. O domo é quente e mesmo a porta ficando praticamente aberta a noite toda, não esfriou seu interior. Só percebi o quanto estava frio quando saía para fazer xixi, que não foram poucas vezes.
O pessoal da Lanko fez um delicioso café da manhã para a gente, com suco, chá, café solúvel, salchicha, ovo, pão, queijo. Um verdadeiro banquete. Ainda nos deram o lanche de trilha (para levarmos conosco na caminhada do dia), uma espécie de torta omelete, com presunto e queijo, que estava deliciosa.
Para o dia de hoje, nosso guia Marcelo Delvaux preparou uma caminhada de aclimatação. Fizemos um bate-volta até o Mirador Francia, que fica a 4000m de altitude, voltando à Confluência (3400m). As 9h15min começamos a caminhar.
Trilha ao Mirador Francia
A 1 km do acampamento Confluência fica a bifurcação que: atravessando o rio Horcones Inferior, você segue para Plaza de Mulas, e seguindo a direita do mesmo rio, você vai a Plaza Francia.
O acampamento Confluência tem esse nome pois ali na bifurcação é onde os rios Horcones Superior (que vem de Plaza de Mulas) e Inferior (que vem da Plaza Francia) se encontram para seguir sua trajetória até a saída do parque.
Na bifurcação há uma placa que indica o tempo de caminhada de ida: até Plaza de Mulas > 8h, até a Plaza Francia > 5 h. O nosso guia disse que iríamos até o Mirador Francia, que fica a 3h30min e que tem a mesma vista da Plaza Francia para aclimatação, já que essas últimas 1h30min, não fariam diferença, pois não há desnível nenhum até o ponto final.
Começamos a caminhada na sombra e o frio estava intenso. Alguns momentos víamos o sol e parávamos para descansar sob ele. Mais adiante o sol nos acompanhou o tempo todo, mas o vento frio ainda continuava.
O interessante é que normalmente o vento desce da montanha, isto é, na ida normalmente ele é contra. Mas nesse trecho, não sei por que, mas o vento sobe a montanha. Perguntei ao guia e ele disse que poucas pessoas percebem isso, e que nesse local sempre foi assim. Então eu gostei, subimos com vento a favor, diminuindo assim meu esforço na subida.
Mirador Francia
Levamos cerca de 3h30min para chegar ao Mirador Francia e confesso que foi uma das trilhas mais lindas que já fiz. Sabe por quê? Imagina você caminhando ao lado de um rio caudaloso e barrento, em uma área desértica, com várias cachoeiras de águas cristalinas descendo as encostas, uma vegetação amarela rasteira, e a cada passo, por detrás de uma montanha avermelhada vai surgindo um gigante nevado a sua frente. Sim é a Face Sul do Aconcágua, uma das imagens mais impressionantes do Gigante das Américas. É de arrepiar.
De toda essa jornada, essa trilha foi a mais incrível que já andei por ai. Se você tiver oportunidade, faça pelo menos esse trecho do Parque Provincial Aconcágua, pois você terá uma das vistas mais lindas do Aconcágua.
Lá no mirador, lanchamos antes de voltar.
Voltando a Confluência
Uma coisa que percebi, agora ao tratar as fotos desse dia, que a luz estava muito dura no sentido da vista do Aconcágua, então as fotos ficaram feias. Tentei corrigir na edição, mas não consegui mudar muito. Perceba que as fotos voltadas descendo o vale são mais quentes e coloridas. Tudo isso graças a posição do sol.
Sempre a descida é mais rápida né? Apesar do vento contra, chegamos à 2h em Confluência.
Já a tardezinha fomos fazer exame médico e adivinhe? Minha pressão subiu a 15×8, mesmo tomando diurético e Losartana. Realmente não sei o que acontece comigo. Mas mesmo com essa pressão, a médica me liberou para ir a Plaza de Mulas no dia seguinte. Uhu!
O pessoal da Lanko são uns fofos. Viram que dormimos no chão na noite anterior e nos mudaram de alojamento onde haviam vagas na primeira cama do beliche. Também ofereceram um delicioso jantar. Depois, fomos descansar.