03 de março de 2018
Saindo do acampamento
Acordamos cedinho e apesar da chuva praticamente a noite inteira, até as 2:30 h da madrugada, nossa barraca estava apenas molhada devido a condensação interna. Normalmente dormimos com as portas semi abertas, mas como estava chovendo precisamos fechá-las totalmente, ocorrendo assim a condensação. Nossa barraca é o modelo Nepal da marca Azteq.
Fizemos nosso cafe da manhã (Sucrilhos com achocolatado e pão sírio com Polenguinho e salame). Desmontamos o acampamento e começamos a nossa caminhada, de 24 km do dia de hoje, da travessia Itumirim x Carrancas. Essa quilometragem abrangeria o terço que faltava antes da primeira curva do Z, e a ‘perna’ do meio do Z quase inteira, já que o próximo acampamento seria poucos km da segunda perna do Z. A caminhada de hoje seria pela Serra do Pompeiro e chegando na Serra do Galinheiro.
Capim Prateado
Após uma hora de caminhada, entrando e saindo de propriedades particulares, áreas de eucalipto e estradas rurais de servidão entre as fazendas, chegamos em uma crista de capim prateado, uma das paisagens mais bonitas de toda travessia. Nas fotos ele aparenta ser amarelo/dourado, mas pessoalmente o tom prata prevalece. Depois entramos novamente em outra área com eucaliptos.
Afloramento Rochoso
Após mais uma hora de caminhada chegamos a uma crista de afloramento rochoso característico da região e a paisagem ficou ainda mais bela. Encontramos alguns motoqueiros fazendo trilha por ali, com suas motos barulhentas. Ao final dessa crista de quase 2 km, chegamos em outra área de eucalipto e fizemos uma parada para descansar e lanchar, pois já era meio-dia. Já tínhamos percorrido 9 km e ainda faltava muito.
No local há um afloramento de água mas é uma água parada, não recomendada para beber. Mesmo assim enchi minha garrafa com filtro acoplado e coloquei cloro, pois previ que sentiria sede no restante do dia. Por causa do sol e calor eu bebo muita água nesse tipo de trilha e não gosto de ter que racionar minha água.
Seguimos a direita da área de eucalipto, seguindo um muro de pedras, muito comum por lá.
Primeira curva da Rota Z
Saindo dos eucaliptos andamos mais 3 km na crista da montanha passando por outros vários afloramentos rochosos. Um trecho em nível muito bonito, sem sombras para se refrescar e o sol sob nossas cabeças. Ainda bem que peguei água na última parada, pois senão iria me desidratar muito.
Ao final dessa crista varamos mato adentro para cortar caminho, já que a trilha original segue direto por uma estrada e até chegar a essa nova bifurcação. Descemos a serra por um caminho bem ruim, sem demarcação. Apenas de olho na estrada lá em baixo, o objetivo era chegar na estrada, não importava como.
Se tivéssemos seguido adiante na trilha original, sairíamos na Cachoeira do Raulindo, mas por causa do atalho, deixamos de visitá-la. Andamos por essa estrada por 8 km e aos 3 km dela chegamos na fonte de água tão desejada. Eram 14 h e descansamos um pouco por ali.
Atalho
No km 18,50 até 19,50 (desde a saída do acampamento pela manhã) pegamos um atalho para economizar 500m a mais, pois a estrada nesse ponto faz uma grande curva em ‘S’. Outra vantagem do atalho é que permanecemos na mesma cota enquanto pela estrada desceríamos de nível.
Acampamento Cachoeira do Galinheiro
Pelo km 21, desde a saída do acampamento pela manhã, saímos da estrada de chão e caminhamos por uma crista, logo após entramos na última área de eucaliptos do dia de hoje. Dessa maneira corta-se caminho, já que a estrada chegava até a Cachoeira do Galinheiro por um trajeto mais longo. E após quase 2 km dentro dessa área de eucalipto, chegamos ao nosso acampamento.
A área de acampamento é boa, cabe cerca de 15 barracas, mas o capim estava alto e tivemos que amassá-lo para nivelar e montar nossas barracas. De barraca montada, fomos direto para a Cachoeira do Galinheiro, tomar banho após o dia inteiro de trilha, sol e poeira. Infelizmente estávamos tão eufóricos com o banho que esquecemos de registrar a cachoeira…
Ao anoitecer
Fizemos nosso jantar e fomos descansar. De madrugada o Elio saiu para fazer xixi e deu de cara com uma cobra coral. Ainda bem que ela estava só de passagem!
Tem vlog desse dia da Travessia Itumirim x Carrancas:
Veja todos os dias da Rota Z:
Dia 2 – Esse post
O que é necessário para participar dessas trilhas?
Oi Soraia.
Bom, algumas trilhas necessitam alguma experiência em acampamento rústico, isto é, em áreas que não tem as estruturas de camping; e muita disposição. Aconselhamos iniciar por trilhas de um dia e depois de algum tempo começar a fazer as trilhas de pernoite na mata.
Lembre-se sempre da segurança em acampar selvagem e se você ainda não está segura para fazer isso sozinha, solicite um guia que te ajudará muito.
O Wladimir Loyola, o nosso guia dessa expedição da Rota Z, é um ótimo guia, mas o aconselho para trekkers mais experientes, mais autônomos.
Para início de ‘carreira’ nessa área, se você for de São Paulo ou Rio de Janeiro, recomendo fortemente o Carlos Moura ou o Gerson Santos.
Vou deixar o link do perfil deles do Facebook aqui em baixo.
Espero ter ajudado. Grande abraço!
Carla
Gerson Santos
https://www.facebook.com/gerson.santos.395
Carlos Moura (Mantiex)
https://www.facebook.com/carlos.moura.3998
Tirando a parte de encontrar uma cobra coral de passagem, adorei o relato. 😀
kkkk.
Nem me fale.
Obrigada pelo carinho e volte sempre!
Grande abraço.
Carla
Olá!
Sobre esta travessia, quantos pontos de água potável para hidratação há durante todo o percurso? Quanto litros de água é aconselhado levar para esta travessia?
Há vários pontos de água pelo percurso.
Aconselho levar no mínimo 2 litros de água por pessoa e sempre completar o volume quando encontrar uma fonte de água.
Boa trip.
Abraço
Carla