12 de fevereiro de 2018

Saindo do Acampamento Meson de San Juan

Acordamos cedo e depois do ótimo café da manhã preparado pelo guia Maximo Kaucsh da agência Gente de Montanha, começamos a caminhada de hoje. Seriam cerca de 8 km em 5 horas, com poucas subidas e a promessa de muitas paisagens deslumbrantes.

Seguimos subindo o rio caudaloso e barrento que recolhe as águas dos Nevados Piuquenes e Marmolejo. Suas águas são tão barrentas que as vezes se confunde com a cor parda das margens e acaba ‘desaparecendo’ no meio de tanta imensidão de rochas. Andamos pela margem direita desse rio o dia todo.

Travessia do rio Piuquenes

Após 1 hora, mais ou menos, tiramos nossas botas para atravessar um dos rios que descem do Nevado Piuquenes. O nível estava baixo e molhamos só até os joelhos. A água estava gelada e os pés chegaram a adormecer após a travessia.

Continuamos a caminhada com as paisagens lindas ao nosso redor.

Segunda travessia do rio Piuquenes

Uma hora após a travessia anterior, chegamos em um local baixo de areião e pedras, onde cortava outro braço de desague do Nevado Piuquenes, mas desta vez a extensão do leito do rio era bem maior e a água descia em pequenas faixas, que podiam ser puladas sem a necessidade de tirar as botas ou molhar os pés. Visto de cima, essa parte parecia uma linda praia recortada por estrias, feitas pelo volume maior de desague na época do degelo.

A nossa frente a linda montanha de arenito com formação rochosa espetacular. Estávamos entrando no vale El Caletón, um dos mais lindos dessa travessia.

Acampamento El Caletón

Chegamos as 14:30h em nosso acampamento, foram cerca de 4 horas e meia de caminhada no dia de hoje. O local escolhido foi um dos mais bonitos de toda travessia: quase dentro do vale, aos pés do Nevado Marmolejo e com uma parede natural de corta vento em um dos lados.

Dentro do vale, além do caudaloso e barrento rio que descia do nevado, havia ainda um pequeno arroio, com águas cristalinas, nas quais nos banhamos e recolhemos água para beber. Essa água tinha um cheiro forte de enxofre, mas nada que após uma boa fervida não ficasse em boas condições para consumo humano (além da fervura, ainda adicionamos Hidrosteril e filtramos na Camelbak Groove).

Descemos até o fundo do vale e ali ficamos mais de 2 horas contemplando a linda paisagem ao nosso redor e descansando da caminhada e confesso que até tirei um cochilo ouvindo o som das corredeiras ao meu redor.

Carne assada dos arrieros

Após o cair da tarde, os arrieros nos prepararam uma deliciosa refeição, com direito a muita carne assada no verdadeiro fogo de chão gaúcho. Sem brincadeira: foi a melhor carne que comi nos últimos anos. Esse jantar com certeza ficará registrado e guardado para sempre nas minhas memórias “de melhores momentos da minha vida”.

Veja o vlog desse dia:

Veja a série do Cruce de los Andes completa:

Dia 1 – Paso Portillo Argentino

Dia 2 – Bandeira de Lata e Refúgio Real de la Cruz

Dia 3 – Esse post

Dia 4 – Paso Internacional Piuquenes