Cruce de los Andes: Bandeira de Lata

11 de fevereiro de 2018

Saindo do acampamento Rio Blanco

Acordamos e depois do ótimo café da manhã preparado pela equipe do Gente de Montanha, o grupo de 33 clientes e mais de 10 guias, entre eles o Maximo Kausch, nos preparamos para a caminhada de hoje, de cerca de 9 km, com direito até uma travessia de um rio a cavalo.

Escorpião amarelo, um dos mais venenosos que existem. Estava debaixo da Barraca cozinha

Bandeira de Lata

Como o dia era mais curto (deu cerca de 4 horas totais de caminhada) saímos um pouco mais tarde. Andamos pelo vale do Rio Blanco, em nível, com descidas por quase 3 km. Na metade da última descida fica o marco Bandeira de Lata, em um mirante lindíssimo, onde podemos avistar 6 montanhas com mais de 6 mil metros de altitude: Tupungato, Marmolejo, Alto San Juan, Bravant, Negro e Piuquenes.

Marmolejo a direita com seus 6.108m

Bandeira de Lata abaixo

Maximo Kausch, Carla e Elio

Mirante Bandeira de Lata, ao fundo Alto San Juan, Tupungato e Piuquenes

Refúgio Real de la Cruz

Ao terminarmos a descida do mirante Bandeira de Lata, chegamos ao Refúgio do Exército Argentino Real de la Cruz. Os militares ficam ali isolados por um tempo. O lugar é lindo, mas ficar ali 3 meses deve ser bem difícil. A construção é dos anos 40 e no verão oferece hospedagem.

Refúgio real de la Cruz

Travessia do Rio Tunuyán

E finalmente chegou o momento mais temido por mim: a travessia a cavalo do Rio Tunuyán. Desde o dia que li no site do Gente de Montanha que a gente teria que atravessar um rio a cavalo, confesso que tive pesadelos com esse momento. Nunca tinha montado em um cavalo. Nem quando era criança. Sempre tive medo. E até comentei com o Maximo, que se o rio estivesse baixo, eu tentaria atravessar a pé. Mas o rio estava bem forte e caudaloso. Então o jeito foi encarar o cavalo.

Bom, o primeiro obstáculo foi subir nele. Coloquei o pé no estribo (que ficava mais alto do que meu ponto de apoio) e tentei subir. Nada! O Elio estava atras de mim e empurrou minha bunda. Segunda tentativa: sucesso! Tudo bem que eu quase caí para o lado de lá, mas consegui parar em cima do cavalo. Um arriero vai na frente puxando as rédeas com outro cavalo, isso quer dizer que a gente não precisa fazer nada, apenas se equilibrar pra não cair e erguer os pés na parte mais funda do rio para não molhá-los.

Fiquei o trajeto todo (de no máximo 30 segundos) falando um mantra ‘Ai meu Deus!’, até chegar sã e salva (e seca) do outro lado do rio. Agradeci grandemente meu cavalo, por ter conseguido carregar 93 quilos de Carla, mais uns 6 quilos de mochila. Lembrarei desse momento para sempre!

Acampamento Meson de San Juan

Mais 3 km nos separavam do local da travessia do rio até nosso acampamento. Esse trecho teve leves subidas, pois entramos no Vale do Arroio Marmolejo e Rio Piuquenes. Linda a paisagem, passando ao lado do nevado Marmolejo.

Já no acampamento, fomos tomar um delicioso banho no rio que passava ao lado da área de camping. Água gostosa e não estava fria. deu até para fazer um banho de imersão de corpo todo. Muito legal!

À noite jantamos uma refeição deliciosa e fomos descansar.

Marmolejo a esquerda

 

Acampamento Meson de San Juan

Arroio ao lado do acampamento, onde tomamos banho.

Mapa do trekking de hoje:

Vlog desse dia de aventura:

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Veja a série do Cruce de los Andes completa:

Dia 1 – Paso Portillo Argentino

Dia 2 – Esse post

Dia 3 – El Caletón

Dia 4 – Paso Internacional Piuquenes

2 comentários sobre “Cruce de los Andes: Bandeira de Lata

  1. Augusto

    Muito bacana o relato. Pretendo fazer de maneira autônoma essa travessia. A parte que tá pegando é essa travessia de rio. Vocês que estiveram lá, acham viável atravessar sem cavalo? Estou disposto a me molhar (nadar) e atravessar logo antes do nascer do sol (quando os níveis de água estiverem no menor ponto).

    1. Admin Autor da Postagem

      Oi Augusto.
      Sim, quanto mais perto do final da tarde, maior o nível de água.
      Dá sim para atravessar sem o cavalo logo após o sol nascer, mas imagine o frio.
      Mesmo no horário que passamos por lá acredito que dava para cruzar sem os cavalos, fazendo uma corrente humana.
      Achei pior a travessia do último dia, antes de chegar nas termas.
      O rio estava muito mais caudaloso e de extensão maior. Esse cruzamos a pé e várias pedras desciam com a correnteza, fazendo hematomas em nossos pés e pernas.
      Acompanhe as próximas postagens e verá nossa aventura.
      Grande beijo.
      Carla

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