14 de agosto de 2017
Adeus casa ribeirinha
Acordamos cedinho e depois do café da manhã nos despedimos da família ribeirinha e seguimos Rio Amapari abaixo até o Porto Teresinha, local de resgate do carro que nos levaria de volta a Macapá. Todo essa jornada foi planejada pela agência Amapá Ecocamping e executada pelo guia Marcelo.
Serra do Navio
Ao chegarmos em Serra do Navio fomos conhecer a Lagoa Azul, uma lagoa que ‘surgiu’ depois que uma mineradora, ao perfurar as rochas, encontrou o lençol freático e a água inundou tudo. Dizem que há máquinas e equipamentos ainda lá no fundo dessa lagoa. A parte mais funda chega a ter 60 metros de profundidade.
Depois fomos ao mercado comprar algumas fraldas e produtos de higiene para a bebê da casa ribeirinha e deixamos com uma familiar dela em Serra do Navio, que nos prometeu entregar à família que nos acolheu tão bem. Almoçamos e pegamos a estrada de volta a Macapá
Macapá
Mais 4 horas de carro (3 horas em estrada de chão, mais 1 hora em asfalto) e chegamos em Macapá. Fomos ao hotel, tomamos um banho e saímos para conhecer a orla do Rio Amazonas. Presenciamos um lindo pôr do sol ao lado do Forte de São José de Macapá. Jantamos em uma das barraquinhas da orla, comidas tradicionais da região. Muito gostosas!
No dia seguinte pegamos nosso voo a São Paulo.
Impressões desse destino:
Uau. Conhecer a floresta amazônica é o sonho de todos brasileiros (ou deveria ser) e de muitos estrangeiros. E para nós, conhecermos nem que seja uma pequena fração desse maravilhoso bioma, foi uma conquista significante na nossa bagagem. O parque é lindo e estruturado, a comunidade ribeirinha é tímida, acolhedora e tem uma culinária ímpar. Fiquei feliz em ver que tem fartura de comida o ano todo.
Mas há alguns poréns! Infelizmente o acesso ao parque ainda está bem ruim: 4h horas de carro desde Macapá, sendo desses, cerca de 100 km feitos em 3 horas em uma estrada de chão em condições bem ruins e mais 6 horas e meia (cerca de 80 km) em canoa com um motor rabeta de 15 hp, que torna a chegada ao parque cansativa (e haja bumbum para aguentar as 6 horas e meia sentado em uma tábua ).
Também vimos que ainda há a prática clandestina da caça, extração de madeira e de minérios na região entorno do parque. Acredito que se houvesse mais visitações guiadas na região, o número desses infratores diminuiria naturalmente, ou por maior fiscalização dos guardas parques (que estariam mais presentes monitorando as visitas) ou mesmo por inibição devido a presença dos turistas.
Quem sabe, para minimizar esses pontos negativos, se cada um fizesse a sua parte no sistema, por exemplo: o barqueiro cumprir seu dever de barqueiro, a cozinheira cumprir seu dever de cozinheira, o guia cumprir seu papel de guia, o diretor do parque cumprir sua função, os vereadores e prefeito cumprirem seus papéis, as instituições como a Floresta Nacional e o Parque Estadual funcionando com guaritas e guarda parques, todos como elos de uma corrente firme e forte, toda a região iria crescer.Mas se um elo dessa corrente usar seu status como forma de poder e usufruir em seu próprio interesse (e de seus familiares) nada mudará e quem mais irá sofrer serão, como sempre, a comunidade ribeirinha, pois nós, turistas, estamos só de passagem. Temos que entender que precisamos mudar pela base, pois nem tudo é culpa só do governo!
Mas não pense que isso acontece só por lá. No Brasil todo há essa ação. Somos todos brasileiros e temos todos os mesmos direitos, mas não os mesmos deveres. Se sou remunerada para lecionar, meu dever é preparar uma boa aula e cumprir o plano. E se cada um fizer a sua parte, o todo irá prosperar. Outro ponto negativo nessa aventura foi o custo. Infelizmente, tanto as passagens aéreas para Macapá quanto o roteiro em si estão com preços altos, inviabilizando esse passeio (ainda) para muitos brasileiros. Acredito que nos próximos anos o acesso ao parque será melhorado (estrutura e custo-benefício) e essa vivência será bem mais cômoda, acessível a todos e ainda mais agradável.
Mesmo assim, vale a pena conhecer a região, pois a inserção na mata e a vivência com a comunidade local é enriquecedora e faz bem ao coração. E claro, não posso deixar de falar que para podermos defender a nossa Amazônia temos que conhecê-la e criar um vínculo (ou com pessoas ou com o bioma). Por quê? Porque a gente só preserva aquilo que conhece.
Tem vlog do dia de hoje, confere aí!
Nosso roteiro no Parna Tumucumaque
Dia 1 – Chegando em Serra do Navio e Parna Tumucumaque
Dia 2 – Trilhas e banhos dentro do Parna Tumucumaque
Dia 3 – Casa ribeirinha entorno ao Parna Tumucumaque
Dia 4 – Serra do Navio (Lagoa Azul) e Macapá – esse post
Gostaria de conhecer este lugar em2018, sou Paulista, aguardo e-mails.
Edileuza!
Vou te passar o contato do nosso guia lá do Amapá, certo?
Anota aí:
https://www.amapaecocamping.com/
Eles são ótimos e vale a pena conhecer a região.
Beijo.
Carla
Lindoooo!!! Quero ir.
Lindo mesmo.
Vale a pena conhecer.
Obrigada pelo comentário!
Volte sempre!
<3
Carla
Soiu acadêmica do Curso de Ciências Ambientais – UNIFAP – AP e meu TCC está relacionado a Lagoa Azul em Serra do Navio, e realmente é muito linda, eu amei sua fotos, e gostaria de poder usá-las em meu TCC. Em Caçapava do Sul tem um lugar chamado Minas do Camaquã, que também tem uma Lagoa quase igual a nossa, minha esperança é um dia visitar.
Abç
Oi Eva.
Que legal fazer um TCC dessa linda lagoa.
Claro, pode usar a vontade.
Vou colocar Caçapava do Sul na minha listinha de lugares a conhecer… Obrigada pela dica.
Grande beijo.
Carla