15, 16, 17, 18 e 19 de setembro de 2015 (meu primeiro terremoto)
Chegando e ficando em Calama
Acordamos cedinho, tomamos café da manhã no Hotel Dunas, fizemos check out e o motorista do transfer (que contratamos pela Maxim Experience) de San Pedro a Calama (cidade onde fica o aeroporto mais próximo) foi o Felipe, o mesmo que nos levou às maravilhosas Lagunas Altiplanicas e Piedras Rojas (um dos meus lugares preferidos dessa aventura). Em 1:30h estávamos no Aeroporto de Calama.
Como tínhamos visto na net na noite anterior, todos os funcionários do sistema aeroviário do Chile estavam em greve. Sendo assim, ninguém entra nem sai do país pelo ar! No guichê da LAN/TAM os funcionários nos pediram para ir, por conta própria, até a agência da LAN no centro de Calama. Pegamos um taxi e nem adiantava pegar o recibo para tentar ressarcimento, pois na noite anterior vasculhei a internet sobre os direitos dos passageiros no caso de cancelamento de voo por greve dos aeroviários e em todos os sites a resposta era a mesma: a empresa não tem dever de ressarcir os custos para o passageiro. Isso acontece também quando o cancelamento é devido a condições climáticas.
Chá de cadeira da LAN TAM
Chegando na agência da LAN (que fica numa das ruas principais da cidade) ficamos quase 2 horas para sermos atendidos, pois com todos os vôos cancelados, muitos passageiros estavam atrás de vôos nos dias seguintes.
Quando chegou a nossa vez, a atendente muito simpática, nos disse que havia voo na mesma classe que pagamos somente a 4 dias. Como assim? 4 dias? Eu precisava trabalhar no dia seguinte! Bom, tinha vaga no voo do dia seguinte, mas deveríamos pagar aproximadamente R$ 1.000,00 por pessoa. Ainda bem que na noite anterior já pensando que isso poderia acontecer, procuramos na net hotel para ficar em Calama e vimos que haviam vários com quarto triplo no custo de R$ 300,00 a diária. Rapidamente fizemos os cálculos e o custo para passar 4 dias em Calama, com almoço e jantar, era inferior aos absurdos R$ 3.000,00 que nós três pagaríamos para voltar no dia seguinte ao Brasil. Meu pai e o Elio não tinham compromissos e eu iria ter 2 dias de falta no trabalho…
Sem outras opções, aceitamos o voo dali a 4 dias.
Conseguimos um hotel ao lado da agência da LAN muito bom: Hotel El Mirador. Fizemos o check in e fomos almoçar. A cidade de Calama é bem feinha e não tem nada para fazer. Há uma mina para visitação, a maior mina de cobre do mundo, mas os dias que iríamos ficar lá não estava aberta devido as festas pátrias.
Foi muito chato ficar lá, pois nossa única diversão era ir ao Shopping.
Terremoto no Chile
No dia 16 de setembro, as 19:55h, eu estava sentada na cama do meu pai com ele e tudo começou a tremer. Olhei para o lustre pendente e ele estava balançando de um lado para o outro. Calmamente falei pro meu pai que era um terremoto e chamei o Elio (que estava no banheiro) para sairmos do quarto. O hotel era térreo, então saímos rapidamente para o pátio. Outros hóspedes também sentiram o tremor e ficamos eufóricos. Os sinos da igreja tocaram ininterruptamente por quase 2 minutos, alertando a população. Logo em seguida, passado o susto, saímos para jantar. No restaurante a TV estava ligada e dai sim vimos o estrago do terremoto, o maior dos últimos anos no Chile: 8,4 na Escala Richter. Na TV vimos que o epicentro foi a mais de 1.300 km de onde estávamos e que as cidades litorâneas deveriam ser evacuadas pois haveria tsunami.
A sensação de sentir a terra tremendo como gelatina debaixo de meus pés foi incrível e uma experiência surreal. Mas ver o desespero dos chilenos telefonando para seus parentes de outras regiões do país querendo saber se estavam bem, ver a evacuação de cidades litorâneas inteiras pela TV e ver que em poucos segundos famílias podem perder tudo que construíram em uma vida foi tocante. Fiquei muito sensibilizada e até agora, quando recordo, fico emocionada. Situações como esta cada dia me provam mais como somos insignificantes e frágeis nessa vida. Isso só fortalece a minha vontade de querer viver intensamente cada segundo!
O que vem depois do Terremoto
A maior destruição que o terremoto trouxe para o Chile foram as tsunamis, ondas de mais de 5 metros devastaram o litoral, suas casas, comércio e seus sonhos. A 2 dias das festas pátrias comerciantes perderam todos os produtos que estocavam para o feriadão. E o que mais me impressionou é que no dia seguinte eles estavam limpando tudo e no rosto a expressão ‘bola pra frente’ que raramente vejo aqui no Brasil depois de uma tragédia do mesmo nível que essa.
Impressões da viagem: Foi tudo muito intenso! As paisagens no decorrer dos dias, a subida a nossa primeira alta montanha, o terremoto. O Chile é isso mesmo: fortes emoções em todos os sentidos! Mas confesso que o que mais me impressionou foi a força e garra do povo chileno, que acostumado aos terremotos e tsunamis continua lutando e vivendo ali. Sofredores? Não sei. Mas com certeza são guerreiros…
Veja por onde andamos em San Pedro de Atacama e região:
Trekking Guatin e Terma de Puritama
Lagunas Altiplanicas e Piedras Rojas
Petroglifos de Yerbas Buenas e Valle del Arcoiris
Boa tarde, quanto tempo você ficaram no Atacama?
Pretendo ficar 15 dias no Atacama é o suficiente para visitar tudo?
Oi Alexandre.
Ficamos dessa última vez 13 dias, mas com certeza 15 dias é suficiente. São em média 12 tours para se fazer na região, além dos trekkings até cerros e vulcões. Divirta-se!
Eu visitei o Chile em outubro de 2017, é realmente surpreendente! Gostei do blog de vocês demais. Bom ano e boas viagens.
Obrigada Roseli.
Ótimo ano para você também!
Volte sempre!
Beijo grande!
Carla