14 de setembro de 2015 (Cerro Toco)
Mais uma Alta Montanha
E finamente chegou o grande dia! Nossa montanha acima dos 5 mil metros de altitude. Até então eu, Carla, tinha subido o Nevado Pastoruri (5.039m) e o Paso Cuyoc (5.000m) os dois no Peru.
Já o Elio tinha subido o Diablo Mudo (5.350m) e o Paso Santo Antônio (5.050m) também no Peru, num dos trekkings mais lindos do mundo, Trekking Huayhuash. E hoje era o dia do nosso recorde, rumo as montanhas de 6 mil metros do nosso projeto para 2016: Cerro Toco, 5.640m de altitude. Em breve falarei mais sobre esse nosso novo projeto.
Depois do café da manhã do Hotel Dunas, o nosso guia e amigo Mário da Maxim Experience veio nos buscar. Respeitamos sua ordem no dia anterior e não jantamos carne, o que segundo ele dificulta a digestão e pode causar mal estar em alta montanha. Comemos massa, rica em energia. Meu pai, que está com 71 anos, não foi com a gente, pois esforço em altitude, por ele ser cardíaco, é perigoso. Ele ficou em San Pedro e iria descansar.
Chegando no Cerro Toco
Subimos devagar de carro 4×4 até 4.700m e paramos para um lanche. O Mário estava já estava um pouco enjoado nessa hora. Seguimos mais 45 minutos de carro e estacionamos o carro a 5.100m. O Mário desceu do carro e vomitou. Mesmo sendo guia e fazendo essa trilha com frequência, deve-se respeitar o corpo e segundo ele estava enjoado pois na noite anterior foi a um churrasco e não resistiu a um pedaço de carne. Perguntei se ele queria abortar a expedição (mesmo sendo nosso principal objetivo nessa viagem, jamais seguiríamos com um membro da equipe mal…). Mas ele logo melhorou após o vômito e em 15 minutos depois começamos nossa caminhada.
O Cerro Toco tem uma grande vantagem que é a de conseguirmos subir ele todo a pé, sem escaladas ou passagens difíceis. As pessoas normalmente sobem em 3 horas e descem em 1 hora, sempre respeitando a altitude e sua reação em nossos corpos. O guia tinha para nos emprestar luvas de alta montanha, gorros, bastões, tudo oferecido pela agência Maxim Experience. Pegamos apenas as luvas, já que as nossas não são específicas.
Começamos a caminhada as 9:41h e chegamos ao pico as 12:38h. A primeira parte da subida é fácil, os primeiros 10 minutos você sofre mais para dar aquela aquecidinha e aclimatada. Depois vai que vai, sempre respeitando seu ritmo e seu corpo. Eu estava ótima, apesar dos meus 95 quilos. Sim, sou grande (leia-se gordinha IMC 31 – obesidade leve) e andei no meu ritmo: devagar e sempre. O guia gostou do meu desempenho, tanto é verdade que pegou um atalho. Ah se ele soubesse como eu odeio atalhos…
Vulcão Lincancabur |
Cerro Toco a direita |
Observatório da Universidade da Virgínia |
Vista subindo o Cerro Toco |
Ziguezagueando na trilha |
Parada para descansar de desfrutar a vista |
Minha maior dificuldade foi o atalho que o guia pegou no meio do caminho, pois além de íngreme, ele tinha muitas pedras soltas. Odeio pegar atalhos, mas ele nem nos perguntou se queríamos ou não seguir por aquele caminho. Acho que o guia se arrependeu, pois demorei muito para subir esses quase 200 m nas pedras. Nem preciso relatar que cansei muito, descansei muito, sentei muito durante o percurso, mas o ritmo foi bom, pois fizemos no tempo estimado. Estava frio, muito frio!
Depois do atalho a trilha voltou a ser ‘normal e caminhável’ tranquilamente. Claro que o ar rarefeito já mostrava suas garras e nos deixava cansados a cada 10 passos. O guia sugeriu outro atalho e optamos pelo caminho tradicional. Chega de atalhos por favor!
Vista subindo o Cerro Toco |
Descansando um pouco mais |
Laguna Blanca na Bolívia ao fundo |
Reta final |
Chegamos! Uhu! |
Apesar do GPS marcar 5.612 m, oficialmente o Cerro Toco tem 5.640 m. |
No topo
Lá de cima avistamos a Laguna Blanca, que conhecemos quando fizemos a travessia do Salar de Uyuni na Bolívia e o vulcão Lincancabur, quase no nosso mesmo nível, só que este possui subida bem mais técnica.
Laguna Blanca |
Vale que vai para o Paso Jama na Argentina |
Descendo o Cerro Toco
Lanchamos no pico e depois de alguns minutos começamos a rápida descida. Descemos em 1 hora em ponto. A vista da descida é muito mais bonita, pois o vale em torno ao cerro é incrivelmente colorido e fotogênico.
Chegamos em San Pedro de Atacama as 15 h e fomos almoçar um prato com bastante proteína no Restaurante Barros e jantamos lanche na Casa de Te O2. Nos despedimos desse lugar incrível, pois no dia seguinte voltaríamos ao Brasil.
De noite vimos na internet que no dia seguinte os aeroportos de todo o Chile fariam ‘um dia de paro’. Greve geral! Ninguém entra e ninguém sai. Ficamos preocupados, pois tínhamos compromisso no Brasil do dia seguinte. Fomos dormir com uma sensação de que essa aventura não tinha terminado por aqui…
Veja por onde andamos em San Pedro de Atacama e região:
Trekking Guatin e Terma de Puritama
Lagunas Altiplanicas e Piedras Rojas
Petroglifos de Yerbas Buenas e Valle del Arcoiris
Chegando em San Pedro de Atacama
Nossa trip em 2009 a San Pedro de Atacama
Fiquei apaixonada pelo deserto! Fotos lindas! E vcs são muito corajosos, Parabéns!!!!
Poderia disponibilizar o arquivo GPS?
Obrigado.
Olá Ronan.
Infelizmente nosso GPS está com problemas e não registrou o caminho.
Mas a trilha é fácil e bem demarcada.
Desculpe!
Abraços
Carla