17 de janeiro de 2015
Acordamos cedo e a visão dos tepuis ao sair da barraca, como sempre, impressiona. Tomamos nosso café da manhã preparado pelos guias contratados pela Roraima Adventures e as 6:30h começamos nosso retorno a Aldeia Paraitepuy. Hoje a caminhada era mais tranquila, sem desníveis a cumprir, mas em compensação era longa, são 15 km em 3:30h horas. Meus joelhos ainda estavam doloridos da descida do dia anterior e essa dor me acompanhou por cerca de 15 dias após o término dessa aventura.
Descendo o Monte Roraima
Muito sol nesse trecho, por isso usar proteção constante é importante. Camisa de poliamida de manga comprida, protetor solar, chapéu e muita hidratação. Os pontos de coleta de água são a cada 1:30h.
Tepui Kukenan |
O grupo: Pelotão Jabuti no Monte Roraima |
Tepui Kukenan |
Trilha de volta do Monte Roraima |
Aldeia Paratepuy
Chegamos na Aldeia Paraitepuy as 10h e ficamos lá esperando o restante dos caminhantes chegarem. O guarita de entrada do Parque Nacional Canaima estava fechada e por isso não fomos revistados na saída do Parque. Novos trekkers que chegavam para fazer a caminhada não puderam se registrar no livro de entrada do Parque, mas isso não interfere em nada na sua expedição, já que esse registro é só para um controle sem fins estatísticos.
Chegando na Aldeia Paraitepuy |
O grupo se reuniu lá pelas 13h e fomos almoçar na Comunidade Indígena de São Francisco de Yuruani, um ótimo prato com meio galeto, o melhor de todos os tempos.
Seguimos a Santa Elena e lá nos despedimos dos nosso queridos amigos de expedição e dos guias. Como ficaríamos mais 4 dias em Santa Elena para fazer o Gran Sabana ficamos no Hotel Anaconda com o guia Luis.
O susto! Cadê a câmera?
Logo após o check in no hotel, ao chegar no quarto, o Elio sentiu falta de sua máquina fotográfica. Nosso coração disparou! Voltei correndo na recepção e não estava lá. Onde poderia estar? Será que esquecemos em Santa Elena? Ou ficou na recepção do hotel e alguém pegou? Ou ficou na van? Começou a desesperada busca de lembranças para ver se conseguíamos lembrar do último momento que vimos a máquina, mas como em toda situação desse tipo, as lembranças são falhas e incompletas.
Conseguimos pelo Facebook encontrar um dos guias que estavam numa das vans e escrevemos para ele perguntando se a bolsa com a máquina estava lá. Como eles estavam a caminho de Boa Vista, cerca de 3 horas de estrada sem sinal no celular, ficamos esse tempo todo com uma sensação terrível, um aperto no peito.
E não era por causa da máquina não. Era por causa das FOTOS. Mais de 3 mil fotos. Para consolar o Elio, eu disse que se não encontrássemos a máquina não fazia mal, pois tínhamos os meus registros (600 fotos, mas de qualidade bem inferior) e que se ele quisesse eu faria tudo de novo (subiria o Monte Roraima outra vez) para ele poder registrar novamente. Ele respondeu: “Não será a mesma coisa, as pessoas não serão as mesmas, a harmonia do grupo não será a mesma…”. E ele tinha razão, nunca conseguiríamos a mesma vibe…
No início da noite, o guia nos respondeu e sim, a máquina estava sã e salva na van que nos trouxe até o hotel. Mas agora ela estava a 220 km longe da gente, no Brasil. Como o motorista da van teria que voltar a Santa Elena no dia seguinte, combinamos com ele de pegá-la. Agradecemos muito a equipe da Roraima Adventures pela ajuda prestada nessa situação de desespero…
Depois de tudo resolvido, o Elio sentou na cama e chorou. Seu choro desabafou a angústia, o desespero da sensação de perda e o alívio da sensação do encontro. E eu, como uma companheira em todos os momentos, chorei mais ainda!
O guia Luis nos trouxe uma deliciosa pizza. Jantamos e fomos descansar.
Preparo físico
Impressões desse destino
O que falar dessa aventura? Sinceramente foi a expedição mais mágica de todas que fiz. O clima, a montanha, a floresta, a neblina e as formações rochosas são místicas e isso dá um ar de fantasia no local. Juro que em momentos pensei ter visto gnomos. Uma experiência incrível! Não achei a trilha tão pesada assim, na minha opinião o trekking Huayhuash e Cedros Alpamayo que fizemos no Peru, foram mais difíceis fisicamente e mentalmente. Mas não pense que o Monte Roraima é fácil. Você precisa se preparar sim, principalmente se você não é acostumado a fazer trilhas e travessias.
O local está bem judiado com lixo que aumenta a cada dia, já que agora o Monte Roraima é um destino da moda. Verifique se o guia ou agência que você contratará irá trazer o lixo produzido por você da montanha e caso não o façam cobre isso deles, pois é lei do Parque Nacional Canaima todos trazerem seu lixo de volta a Aldeia Paraitepuy. E lembra nesse post que eu disse que ou você ama ou odeia o Monte Roraima? Pois é, quer saber? Eu AMEI e se você gosta das nossas aventuras, tenho certeza que também vai amar…
Mapa do Acamapamento Tek a Aldeia Paraitepuy |
Certamente foi a expedição mais mágica de todas que vocês fizeram, pois isso foi reproduzido nos textos e imagens. =) E gnomos, salamandras, elfos etc., não são do mundo da fantasia. Eles existem e estão por todos os lugares, pois sem os seres elementares, não haveria uma só folha neste planeta. =) Obrigado, por compartilharem suas viagens! =)
Obrigada amigo!
Sim, eles existem.
Com um pouco de mais fé vou conseguir vê-los! E juro que estou me esforçando para isso!
Beijos!