Fumacinha por baixo – 7 de janeiro de 2020
Pousada da Dona Bia (Ibicoara – povoado Baixão)
Acordamos cedinho na pousada da Dona Bia (que nos hospedamos no dia anterior) e fomos tomar o café da manhã nível Bahia: com direito a mandioca cozida, cuscus, queijo coalho e um café passado na hora, delicioso. O povoado Baixão fica próximo a entrada do Buracão, outra atração imperdível na Chapada Diamantina.
Esperamos o guia chegar com mais 3 clientes que iriam conosco até a Cachoeira da Fumacinha por baixo. Fomos de carro mais 1 km pela estradinha, até chegarmos na propriedade onde fica a entrada da trilha. Nessa propriedade tem banheiros, uma venda com caldo de cana e alguns salgados.
Início da trilha para Fumacinha por baixo
Começamos nossa jornada as 9h06min. São 8 km ida e 8 km volta, numa caminhada, na maioria das vezes nas margens do rio. O desnível é pequeno, cerca de 400m, mas é um sobe e desce constante que aumenta o desnível acumulado para quase 1000m, o que deixa essa trilha bem cansativa.
Cachoeira do Encontro e Poço da Cachorra
No meio do caminho, descansamos um pouco na cachoeira do Encontro, que fica próximo ao encontro do Rio Una com um outro pequeno riacho. Vale ressaltar que estávamos passado por uma grande estiagem, não chovia bem desde novembro de 2020, no último incêndio. Então os rios estavam com nível bem baixos.
O Poço da Cachorra também estava com nível de água bem baixo, o que facilitou a caminhada por dentro do rio, sem nos molharmos.
Seguimos nossa jornada. Outra informação interessante é que quase toda a Chapada Diamantina tem seus rios com coloração escura, devido aos sais minerais e a matéria orgânica dissolvidos nas águas. Por isso é raro encontrar a ‘água branca’. Quando encontramos, sempre enchemos nossas garrafinhas, pois é uma água com sabor mais agradável que a água escura.
Poço da Cachorra
Fumacinha por baixo
Chegamos na cachoeira mais linda do Brasil. Gente, que lugar incrível. Para chegar nela sem nos molharmos é preciso fazer uma escalada nas paredes do cânion. Mas vale muito a pena.
A queda fica ao fundo a direita e a altura que cai a água é tão grande, que a água chega ralinha no poço. Ela vira fumaça antes de tocar o poço. Daí a origem de seu nome. Ela estava bem vazia, a queda quase sumindo no ar, mas o cânion que forma atrás da queda nos traz uma paz surreal.
Os sons das pessoas e da água caindo fazem eco, devido a grandiosidade do lugar, e isso nos remete a uma igreja com teto bem alto, daquelas que fazem eco ao falarmos. Talvez a sensação de paz que senti ali foi por causa desse efeito do eco.
Ficamos mais de 1 hora lá apreciando esse momento mágico. Sem dúvidas é a cachoeira mais bonita do Brasil que já visitamos.
Voltando para o carro
A volta foi tranquila, mas confesso que cheguei esgotada no carro. Terminamos a caminhada as 17h44min. Pegamos nosso carro e voltamos a Mucugê, onde passamos jantamos e seguimos na mesma noite a Lençóis. Na estrada teve um perrengue, mas isso vou contar no próximo post.