21 de maio de 2017
Saindo do Abrigo 4 na Pedra do Sino
Último dia dessa travessia e começamos logo cedinho! Noite super gostosa dentro do abrigo, que apesar de estar cheio, o pessoal fez silêncio depois das 10 horas e a noite foi bem tranquila.
Depois do café da manhã, nós e o grupo formado pelo guia Carlos da Mantiex, começamos a descida da Pedra do Sino. Já descemos essa montanha em abril de 2014 e na época lembro que achei a trilha linda, com muitos pássaros, borboletas e cascatas pelo caminho. Desta vez não foi diferente! Que trilha gostosa de fazer! Amo ficar caminhando e ouvir os elementos da natureza ao meu redor!
Infelizmente a garoa e a chuva nos acompanharam a maior parte do tempo, mas deu para aproveitar mesmo assim. Mas foi em menor intensidade que na subida do Açu. Bom, na subida do Açu testamos todos nossos equipamentos para a chuva e concluímos que não temos bons anoraks… Bora lá comprar anoraks novos que suporte chuva de verdade!
Descemos em 4 horas, parando bastante para fotografar e fazer algumas filmagens. Andamos sempre juntos, depois da marcante experiência de andar longe do Elio no dia anterior… Na saída da trilha, já na área pavimentada do Parque Nacional Serra dos Órgãos em Teresópolis, uma van nos esperava e fomos até a pousada do amigo Ivo, onde ele nos esperava com um ótimo almoço de despedida!
Tem vlog do dia de hoje!
Veja só também o vídeo do nosso amigo Felipe Lombardi do canal Drone Aventura:
Impressões desse destino:
Meu Deus! Essa travessia mudou muito minha vida! Exagero? Não! Sempre digo que cada trilha, por menor que seja, sempre faz alguma mudança dentro de nós, ou fisicamente ou espiritualmente. Cada um sente a trilha de um jeito diferente e essas sensações são bem pessoais. Uns são mais sensíveis, outros mais duros. Sou bem resistente às mudanças e é bem difícil eu eleger alguma trilha como marcante.
Mas o trecho Açu x Sino ficou marcada em mim como uma trilha de superação, onde fiz com mais 5 amigos, mas sem a presença do Elio. Precisei da ajuda de pessoas que tinha acabado de conhecer e deixar nas mãos deles a minha segurança. Confiar assim em pessoas que mal conhecia me marcou. Sou muito independente, confiante, orgulhosa e teimosa! Baixei minha guarda completamente na passagem da pedra ‘Cavalinho’. Espero que essa experiência tenha valido a pena para a minha vida pessoal (sempre vale)!
Saí da minha zona de conforto e tive medo, muito medo. Agora aprendi! E isso é superação pessoal! Lembrei desse esquema ao analisar o que aconteceu comigo nessa trilha.
Bom, tecnicamente essa trilha é mais difícil que Serra Fina. Trechos como o do ‘Elevador’, ‘Mergulho’, ‘Cavalinho’ e o ‘Coice do Cavalo’ são os mais difíceis e os que mais exigem da gente. Já sobre esforço físico, Petrô x Terê é bem mais tranquila que a Serra Fina. Sim, o primeiro dia na subida do Açu, com o desnível de 1.300 metros, é cansativo. No segundo dia são 7 cumes, mas todos com subidas suaves precedidos com descida e caminhada em nível, que te dá tempo para descansar.
Gostamos dos abrigos, apesar do mal humor de alguns guardas parques, das instalações, organização e logística das reservas. Vale a pena ficar neles.
Tenho certeza que essa travessia deixará algo marcado em você: ou alguns arranhões e roxos pelo corpo; ou uma sensação deliciosa de superação que você levará para a sua vida toda! 😉