15 de janeiro de 2015
Hoje o dia era de descanso e quem disse que a gente consegue ficar parado? Depois de uma ótima noite de sono (a troca de lado na barraca com o Elio funcionou muito bem) acordamos mais tarde que o habitual (7:30h). Depois do café da manhã preparado pelos guias contratados pela Roraima Adventures saímos para ver se o tempo estava melhor no topo do Maverick, o ponto mais alto do Monte Roraima, com 2875 m de altitude.
Maverick
O tempo estava daquele jeito tradicional do topo, um ‘abre-fecha’das nuvens com mais períodos de ‘fecha’ que os dias anteriores. Mesmo assim as 8:40h começamos a caminhar. Chegamos em um local abrigado quase no ponto mais alto do Maverick as 9:10h, com uma chuvinha mais forte que garoa, torcendo para que o céu abrisse, para podermos avistar a Gran Sabana e o topo do Monte Roraima melhor.
A caminho do Maverick |
Esperamos cerca de 10 minutos e o guia Ricardo e Luiz disseram que já dava pra subir. Uau! Que lugar lindo! As nuvens batendo nas bordas do paredão, como se fossem água do mar batendo nas rochas de uma praia. Quando o nevoeiro dava uma trégua podia-se avistar quilômetros da Gran Sabana e o restante do topo. Lindo demais! Ficamos quase 1 hora lá no alto!
Maverick, o cume do Monte Roraima |
Greta dos Guacharos
Voltamos ao acampamento no hotel Guacharo, almoçamos e logo após os guias disseram que havia um lugar lindo que não estava no roteiro, mas que levariam a gente. É claro que fomos. Estávamos em um grupo bem pequeno e o guia Ricardo queria aproveitar o tempo bom que estava fazendo e pediu para irmos rápido.
Nos primeiros 5 minutos de trilha me deu um refluxo do almoço e resolvi voltar, mas o Elio foi e disse que o lugar é incrível. Uma fenda de uns 2 a 3 metros de largura escorregando paredão abaixo.
O local é ninho dos pássaros Guacharos e os mesmos fazem uma algazarra absurda, gritando e ecoando pelas paredes, parecendo o som de um animal pré histórico (como se ele soubesse como são os urros dos animais pré históricos).
A greta tinha formação parecida com a fenda no Cânion Guartelá só que esta com a vista de cima para baixo. Eu me deliciei nas fotos, já que não presenciei pessoalmente. O tempo de ida e volta até a Greta dos Guacharos foi de 3 horas e 20 minutos.
A caminho da Greta dos Guacharos |
O tempo que fiquei no acampamento nessa tarde pude olhar melhor o espaço e fiquei muito triste ao ver lixo jogado nos vãos das paredes da caverna deixados por outros grupos. O impacto de tantos aventureiros subindo no Monte Roraima é intenso, mas para minimizarmos esse efeito precisamos exigir dos guias contratados e agências que fazem a logística da expedição que tragam TODO o lixo produzido lá em cima de volta a Aldeia Paraitepuy.
A Roraima Adventures faz sua parte, mas ficamos sabendo que muitas outras agências e guias deixam pra trás rastros de poluição. Inclusive nossos carregadores trouxeram de volta as fezes que ‘produzimos’ lá em cima.
A instrução era fazer o ‘número 2’ em sacos plásticos de lixo cedidos pela agência, colocar 2 pás de cal, fechar e deixar ao lado da barraca banheiro. Os carregadores transportaram tudo de volta para Paraitepuy. Impossível poluir nada ao passarmos por lá, mas pelo menos diminuímos muito nossa parcela de culpa.
Pôr do Sol no Monte Roraima
No final da tarde fomos a nossa varanda do hotel e presenciamos um pôr do Sol mágico, assim como todos os dias que passamos no topo. Mais um presente dos deuses do Monte Roraima, que agora, mais do que nunca (não tenho dúvidas), nos abençoaram nessa jornada. Poder assistir o espetáculo do fim de mais um dia e da nossa expedição me deixa feliz e triste ao mesmo tempo.
É, estava no fim, pois no dia seguinte deixaríamos o topo. A experiência desses 3 dias e 4 noites lá em cima foi ímpar. Crescemos, aprendemos, sofremos, respeitamos, adoramos. Sei que alguma coisa mudou dentro de cada um dos membros do grupo. Eu mudei e se você me conhece, vai perceber isso!
Pôr do Sol no Monte Roraima |
Mapa da aventura de hoje> Maverick e Greta dos Guacharos |
Ter a oportunidade de estar por alguns dias em um local como este, tem realmente que provocar mudanças internas. Se isso não ocorrer, seria um claro sinal de que a pessoa está espiritualmente morta… ou quase. Espero algum dia, também merecer passar pelo Monte Roraima. Obrigado, por compartilharem este momento conosco. =)
Espetacular, amiga!
Elio, como sempre, arrebentando nas fotos.
Vai ter post com vídeo? rs
Bjs
Sim Cris, vou editar e postar! 😉
Verdade Rubens! E mudanças boas são sempre bem vindas! Torcendo para que os dias que você possa passar no topo sejam tão abençoados como os nossos!!!
Bjs
Tenho que vir mais uma vez e elogiar os seus relatos e as fotos do Élio. Tadinho dele, vc deixou ele de ponta-cabeça na cabana, hahahaha.
bjocas
Hahahahaha… Verdade Silvio! O Elio quase ficou de ponta cabeça… Mas cá entre nós: antes ele do que eu…
Hahahahaha.
Obrigada pela visita! Bjs
Adorei o post! Muito bom!! As fotos estão lindas! Amanda
http://www.amandaqui.com
Obrigada Amanada! Volte sempre!