27 de dezembro de 2012
Acordamos as 8h, tomamos o café reforçado do Dmitri na cozinha comunitária da Prefeitura e seguimos rumo a casa do Seu Joia. A vista do Morro do Castelo a medida que íamos descendo o Rio Pati, vai mudando da sua forma de Castelo para um morro tradicional da Chapada.
Pelo caminho ótimas paradas para banho, principalmente o Poção. Essa parte do Pati fica bem mais vazia. Quase somos os únicos mochileiros por aqui. O pessoal se concentra mais no alto Pati, mas nem sabem o que estão perdendo no baixo Pati…
Toca próxima a entrada ao Poção
Poção
Dá pra sentir a felicidade do meu pai? Tem imagem melhor que essa? Não né?
O Vale do Pati já foi uma dos maiores produtores de café aqui na Bahia, mas devido ao baixo preço do produto, os agricultores locais acabaram desistindo da cultura. A maioria dos moradores sairam do Pati, os que ficaram tem uma cultura de subsistência básica e vivem do turismo. Por isso essa viagem está sendo especial, estamos dormindo nas casas dos nativos, observando sua cultura, sua tradição. Não é um hotel 5 estrelas, mas para nós é o melhor lugar do mundo… Bem onde a gente queria estar!
Passamos pela ponte que foi construída na década de 40 para as mulas atravessarem o rio levando o café para as cidades. Hoje o rio estava tão vazio que poderíamos passar a pé, sem molhar os pés! Mas uma vez a seca me impressionou…
Rio Pati quase vazio
Fizemos a segunda parada ara o banho do dia. Lindo cantinho do rio que faz uma piscina natural…
Chegando ao Sr Joia vimos o fogo tomando conta de um dos paredões da Chapada. As labaredas eram gigantes! Que tristeza ver o fogo ardendo. Nunca pedi tanto por chuva… A pousada do Sr Joia também é simples. O quarto que ficamos não tinha luz e um dos dois banheiros também estava no escuro. Os banheiros só tem água fria. Assim que chegamos o Sr Joia abriu uma jaca e me deliciei com ela. Me arrependi depois, pois a cola que sai dessa fruta gruda nos dedos e nem sabonete e bucha conseguem tirar…
Travessia do rio vazio…
Os tristes focos de fogo
Mais tarde, jantamos na casa do Sr Joia uma maravilhosa macarronada que o Dmitri fez pra gente, regada a um refogado de calabresa. O Sr Joia ainda nos ofereceu palmito de Jaca refogado (muito bom) e um suco de limão fresquinho! No meio do jantar apareceu uma aranha caranguejeira enorme, do tamanho da minha mão aberta! Que medo!
De noite não consegui dormir direito por causa do calor e do cheiro de fumaça que estava no ar. Abri a janela e refrescou um pouco. Depois abri também a porta e refrescou bem mais. Quem diria que eu um dia dormiria no meio da mata com janela e porta aberta, logo eu que tenho tanto medo de insetos… Fiquei com a lanterna ligada a noite toda! Mas aqui, até meus medos estão desaparecendo… Pena que está acabando!
Veja por onde mais andamos na Chapada Diamantina:
Travessia Vale do Pati: Vale do Capão à Igrejinha
Travessia Vale do Pati: Morro do Castelo
Travessia Vale do Pati: Igrejinha, Funis e Prefeitura
Travessia Vale do Pati: Prefeitura ao Sr. Joia
Travessia do Vale do Pati: Sr. Joia à Andarai e Poço Encantado
Aff… tenho verdadeiro pavor de aranhas, seja de que tamanho for.
Se estivesse lá não conseguiria dormir com medo de que outras aparecessem. 🙂
Estou adorando os relatos da viagem.
Beijocas
Imagine eu no meio de todos esses 'bichinhos'!!!! Mas valeu a pena amiga! Obrigada por nos acompanhar! Bjs